O personagem mais popular da
rica mitologia amazônica é o Boto, um cetáceo de água doce que no imaginário
coletivo vira homem. Dizem que na forma humana, é um belo rapaz, alto, forte e
tez morena. Com o seu olhar hipnótico seduz as mulheres dos beiradões. Dizem
ainda, que muitas vezes seduz também os homens. Assim, donzelas são desvirginadas
por esse estranho ser erótico dos rios, muitas vezes acabam grávidas. À noite, nos
arraiais das comunidades ribeirinhas, o Boto aparece para as suas conquistas.
Nesse momento se veste elegantemente de branco, usa um chapéu de palha que
serve para esconder o buraco que tem no alto da cabeça, por onde na forma
aquática esguicha água. Gosta de festa e dança por toda à noite. Porém, desaparece
antes do clarear do dia, deixando “caboclinha” envolvida pelos seus encantos. A
partir daquele momento a jovem fica encantada e passa a esperá-lo na beira do
rio. Às vezes, ele volta para levar a sua conquista para o fundo das águas.
Existe uma versão que talvez explique a origem dessa lenda. Era uma vez... uma garota namoradeira que engravidou de um rapaz da Comunidade. Para não ser condenada por aparecer com um filho fora do casamento e principalmente para se livrar do questionamento do pai sobre a paternidade desconhecida, ela sonsamente caluniou o pobre cetáceo dizendo: – “Foi o Boto!”.
Existe uma versão que talvez explique a origem dessa lenda. Era uma vez... uma garota namoradeira que engravidou de um rapaz da Comunidade. Para não ser condenada por aparecer com um filho fora do casamento e principalmente para se livrar do questionamento do pai sobre a paternidade desconhecida, ela sonsamente caluniou o pobre cetáceo dizendo: – “Foi o Boto!”.
A partir daí o Boto ganhou a
fama pela paternidade desconhecida na Amazônia. Essa “estória” se tornou muito
forte no imaginário do habitante da região, a ponto de qualquer pessoa que navegue
nos rios amazônicos e se depare com um Boto dando saltos e mergulhos nas águas,
mesmo sabendo que esse cetáceo não vira homem, de imediato, de forma mágica, passa
a imaginar essa possibilidade.
Enfim, a lenda continua
seduzindo homens e mulheres.
By Roberto Rogger
Diretor,
roteirista e membro do Conselho Municipal de Política Cultural de Manaus
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